Como provar ser humano na era da IA, mas sem abdicar da privacidade?
Em janeiro de 2024, uma selfie de verificação de identidade, gerada por inteligência artificial, viralizou no Reddit e conseguiu driblar redes sociais. Mesmo em um fórum especializado, usuários ficaram confusos e houve um debate sobre a foto ser ou não verídica e tirada por humanos. A postagem já foi apagada, mas a discussão segue atual à medida que semanalmente as atualizações e sofisticações das empresas de IA impressionam pela qualidade.
Nos últimos anos, as tentativas de separar humanos de bots tiveram de ser constantemente atualizadas. Softwares superam CAPTCHAs com mais agilidade que humanos, deepfakes driblam verificações faciais e golpes com identidades falsas causam perdas estimadas em US$ 100 bilhões apenas no varejo. A IA generativa evoluiu tanto que confundiu até os mais atentos, e já há bots “trabalhando” em jogos online e acumulando cupons de desconto. A expectativa é que, nos próximos dois anos, os ataques automatizados aumentem tanto em frequência como em sofisticação.
Sem uma forma segura de provar nossa humanidade online, a internet arrisca se tornar cada vez mais inóspita e insegura, tomada por fraudes, spam de um lado e sistemas de verificação invasivos de outro.
A prova de humanidade como solução do problema
Verificações de identidade baseadas em documentos oficiais podem parecer uma solução lógica, mas apresentam problemas. De acordo com a McKinsey, quase 1 bilhão de pessoas no mundo não têm uma identidade válida e outros 3,4 bilhões não possuem um ID verificável digitalmente. Ou seja, cerca de 4,4 bilhões de pessoas estariam excluídas de qualquer solução baseada em registros governamentais, quase metade do planeta.
A alternativa seria usar métodos biométricos e, então, a íris se destaca. Ela é única para cada pessoa, não se altera com o tempo e não pode ser falsificada, diferentemente do rosto, que pode ser replicado com deepfakes. E, quando combinada com tecnologias de zero-knowledge proof (ZKP), pode confirmar que alguém é humano e não revelar quem é essa pessoa.
Esse é um dos elementos do World ID, um sistema que permite provar a humanidade de forma segura, anônima e resistente a fraudes. O World ID é universal, então qualquer pessoa, independentemente de sua nacionalidade ou condição social, pode usá-lo. É uma solução que une segurança, inclusão e autonomia individual.
Além do ZKP, a World utiliza a Computação Multipartidária Anonimizada (AMPC), um método que cria códigos secretos e criptografa dados para impedir sua vinculação a qualquer pessoa. Então, quando a íris é captada, é criado um código com uma sequência numérica única, que não contém dados identificáveis, apenas a representação matemática da biometria.
Por que isso importa agora?
A urgência por soluções confiáveis para provar a humanidade na internet está diretamente conectada ao avanço das 15 principais tendências tecnológicas mapeadas pela McKinsey, que incluem desde IA generativa, robótica, engenharia biomédica e desenvolvimento de software de última geração até tecnologias quânticas, cibersegurança, mobilidade elétrica e fontes renováveis.
No caso da IA generativa, entre 2022 e 2023, as buscas sobre o tema cresceram 700%, enquanto os investimentos e as ofertas de emprego dispararam. O avanço rápido desses modelos de IA pressiona governos, empresas e usuários a repensar como garantir confiança no mundo digital.
As inovações ganham escala, moldam o futuro dos negócios e seus benefícios são sentidos em diversos setores e para muitas pessoas, porém para que os benefícios se sobressaiam aos riscos, cresce a demanda por sistemas seguros e anônimos de identidade digital, capazes de separar humanos de máquinas sem comprometer a privacidade. Nesse contexto, ferramentas como o World ID são uma infraestrutura essencial para garantir confiança na economia digital.