Tarifas de Trump teriam impacto financeiro no Brasil; Senado aprova Lei da Reciprocidade
A ofensiva tarifária do presidente americano Donald Trump, marcada para amanhã, pode ter impacto direto no Brasil, mas não pelo aspecto comercial. Segundo o economista Otaviano Canuto, ex-diretor do FMI e do Banco Mundial, o principal impacto será financeiro, pois a política de aumentos tarifários tende a piorar o cenário inflacionário nos EUA e a adiar cortes nos juros básicos. Para o Brasil, isso significa dólar pressionado, juros mais altos e cenário externo menos favorável. “As tarifas definitivamente não são boas para a economia americana, e muito menos para a economia global”, disse Canuto ao InfoMoney. Na avaliação dele, a chamada “reciprocidade tarifária” imposta por Trump rompe o arcabouço multilateral do comércio internacional, ao mirar tarifas de forma bilateral. O Brasil, por ter uma estrutura tarifária elevada, pode entrar na mira, ainda que não esteja entre os alvos prioritários. (InfoMoney)
Em linha com o temor tarifário, o Senado brasileiro aprovou nesta terça-feira o Projeto de Lei da Reciprocidade, que permite a aplicação de sanções comerciais contra países que adotem barreiras discriminatórias, ambientais ou tarifárias. O texto segue agora para a Câmara, com expectativa de votação urgente. Entre as contramedidas previstas estão a aplicação de tributos e restrições, além da suspensão de concessões comerciais e de propriedade intelectual. Nos bastidores, o governo Lula considera o projeto um instrumento estratégico para proteger a competitividade brasileira. (InfoMoney)