Fazenda não acredita em recessão nos Estados Unidos, diz secretário
Dois meses após Donald Trump reassumir a presidência dos Estados Unidos, o impacto das novas políticas do republicano ainda é, para o governo brasileiro, uma equação em aberto. “Como estas políticas vão se concretizar e quais serão seus impactos ainda é pouco claro para nós”, afirmou Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, em entrevista ao CNN Money. Mas, apesar das incertezas, Mello acredita que o Brasil entra nesse novo capítulo com alguma blindagem. Ele cita o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia como um dos trunfos diplomáticos para atravessar um eventual ciclo de aumento tarifário liderado por Washington. Sobre a possibilidade de uma recessão nos EUA, levantada pelo próprio Trump ao falar de sua “transição econômica”, o secretário é cauteloso. “Pode haver pressão inflacionária e redução do crescimento com as políticas adotadas, mas não vejo cenário de recessão”, avaliou. A inflação, aliás, também dominou parte da entrevista. Mello rejeitou a ideia de que o governo brasileiro esteja minimizando o problema, uma crítica que se intensificou após falas recentes dos ministros Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann. “É óbvio que o governo se preocupa profundamente com o tema inflacionário. Se não fosse assim, o presidente não estaria cobrando de nós medidas para mitigar a inflação dos alimentos, por exemplo”, afirmou. Com expectativas de mercado apontando para um IPCA de 5,65% em 2025, acima do teto de 4,5%, o secretário reforça que o foco é trazer os preços para a meta sem sacrificar crescimento, emprego e investimento. (CNN Brasil)