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A mecânica quântica que inspira a arte

Em 1925, os físicos alemães Werner Heisenberg, Max Born e Ernst Pascual Jordan apresentaram ao mundo a mecânica matricial, primeira formulação teórica bem-sucedida que explicava os conceitos e leis da mecânica quântica, que já começava a ser observada nos anos 1900. Esses estudos permitiram vislumbrar um novo olhar sobre o Universo, sobretudo no mundo subatômico. Os avanços que ela permitiu na ciência de partículas e na tecnologia podem ser visíveis no uso de lasers e chips presentes até em celulares.

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Para incentivar instituições de pesquisa e ensino, comunicadores e artistas a divulgarem os conceitos e temas da área, a Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura (Unesco) tomou como base o centenário da publicação dos trabalhos de Heisenberg, Born e Jordan para declarar 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quânticas (IYQ, na sigla em inglês). Pensando em como a mecânica quântica tem influenciado a cultura pop e a imaginação de músicos, escritores e cineastas, fizemos uma lista com livros, filmes e séries que usam esses conceitos da física para construírem seus enredos. Confira.

Matéria Escura

Já tomou alguma decisão da qual se arrependeu ou ficou pensando qual rumo sua vida teria tomado se tivesse feito escolhas diferentes? Baseado no livro homônimo de Blake Crouch, a série da Apple TV+ trabalha o princípio da superposição quântica, no qual o personagem Jason Dessen, um astrofísico de sucesso constrói uma caixa para viajar por diferentes universos e viver outras versões de si mesmo que existem de acordo com outras possibilidades geradas por escolhas suas do passado. Ao entrar na caixa, ele pode experimentar a vida que teria, se tivesse escolhido a família, em vez de investir todo seu tempo e energia no projeto de construção daquela caixa. A produção ainda vale pela ótima atuação de Alice Braga.

A Biblioteca da Meia-Noite

O conceito científico do multiverso explorado pela mecânica quântica, no qual existe a possibilidade de universos paralelos, também é um ótimo combustível para alimentar a imaginação. O livro de ficção científica do autor britânico Matt Haig acompanha Nora Seed, uma mulher infeliz de 35 anos que é demitida e tem o gato atropelado, fazendo com que ela não veja mais sentido na vida. É quando ela recebe a oportunidade de experimentar vidas que ela poderia ter tido se tivesse feito escolhas diferentes. Ao atentar contra si mesma, fica num estado entre vida e morte, quando se vê na Biblioteca da Meia-Noite e ganha a oportunidade de experimentar as vidas que poderia ter vivido, caso tivesse feito outras escolhas no passado.

Dark

A série da Netflix criada por Baran bo Odar e Jantje Friese deu um nó na cabeça dos espectadores, ao misturar conceitos complexos da física na trama. Ao longo das três temporadas, o público vai ficando cada vez mais intrigado com a maneira como emaranhamento e sobreposição quânticos e o conceito de buracos de minhoca são usados para fazer com que os mesmos personagens apareçam em mundos diferentes com idades distintas uns dos outros e sua conexão com o todo. Até o gato de Schrödinger é citado na série para ajudar a explicar a fantasia criada pela produção para justificar o enredo.

Quanta

Gilberto Gil mergulha nos primórdios das teorias científicas sobre a mecânica quântica, ao trazer na letra de Quanta a teoria do físico alemão Max Planck, que trouxe ainda em 1900 a ideia da existência de pacotes muito pequenos de energia, que ele chamou de quanta, alterando por completo o entendimento sobre a forma da luz e da energia, até então tidas como emissões de fluxo contínuo, mas que depois receberia contribuições de Albert Einstein e Louis de Broglie. A música, que faz parte do álbum de mesmo nome, ainda ganha um toque especial, com a participação de Milton Nascimento. Destacam-se também as faixas Átimo de Pó e Nova na mesma temática.

Interestelar

Disponível no Prime Video, o filme de Christopher Nolan mostra a saga de um grupo de astronautas tentando salvar a humanidade da Terra, já condenada ao perecimento. O objetivo é levar toda a população global para um novo planeta do outro lado do Universo por meio de um buraco de minhoca encontrado próximo de Saturno. Para isso, Cooper, um astronauta aposentado da Nasa, é convocado para o Projeto Lazaro, devendo atravessar esse buraco em busca de uma nova Terra. O diretor utiliza a emoção dos personagens para introduzir o conceito de entrelaçamento quântico, no qual as pessoas que se amam podem sentir as mesmas coisas mesmo estando a distâncias astronômicas, tal qual duas partículas entrelaçadas, que continuam tendo interações, mesmo que separadas por grandes distâncias. Aliás, a trilha sonora do filme, composta por Hans Zimmer, é um espetáculo à parte.

Com uma pegada menos quântica e fortemente inspirada na trilha sonora de Interestelar, o funk de DJ Duarte, MC Lipivox, DJ Kayo Original, MC Rondom & Prime Funk dá um tom mais brasileiro à composição de Hans Zimmer, com uma letra que mistura romantismo, sacanagem, buracos negros (os astros mesmo) e poesia científica, vale a pena ouvir Ritmada Interestelar.

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