Déficit externo cresce e Brasil pode enfrentar câmbio mais volátil em 2025
Brasil registrou, em 2024, o maior déficit nas contas externas desde 1995, com um saldo negativo de US$ 65,4 bilhões em transações correntes, o que representa 3,02% do PIB. O resultado acendeu um sinal de alerta entre economistas, pois a principal fonte de financiamento desse déficit, o Investimento Direto no País (IDP), está cada vez mais apertada, fechando o ano em US$ 68,5 bilhões. Especialistas alertam que essa menor folga no financiamento externo torna o país mais sensível a choques globais, como a ofensiva tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, que pode reduzir ainda mais o fluxo de capitais para mercados emergentes. No entanto, apesar do cenário mais delicado, a situação não é considerada alarmante nem representa risco iminente de crise externa. Entre os fatores que pressionaram as contas externas, o crescimento econômico acima do potencial levou a um aumento expressivo das importações, ampliando o déficit na balança de serviços e reduzindo o saldo comercial. A perspectiva para 2025 é de um dólar mais alto e volátil e de uma desaceleração econômica, o que pode ajudar a reduzir esse déficit. (Globo)