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Supostos membros de facção criminosa são deportados dos EUA, contrariando a justiça

O presidente americano Donald Trump invocou no sábado uma lei de guerra do século 18, que permite uma maior margem de manobra em políticas e ações executivas para acelerar deportações em massa. No entanto, o juiz federal James Boasberg emitiu uma ordem de restrição de 14 dias, bloqueando temporariamente quaisquer deportações.

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A administração Trump deportou no próprio sábado, para El Salvador, 238 pessoas a quem acusa de serem membros da facção criminosa “Tren de Aragua”, conhecida nas prisões da Venezuela. Não ficou claro se as deportações aconteceram antes ou depois de que juiz federal de Washington emitiu a ordem para interromper os processos. Dentre os deportados para El Salvador estão dois supostos líderes da MS-13, de acordo com postagens de Marco Rubio, Secretário de Estado dos EUA e do presidente de El Salvador Nayib Bukele.

No domingo, 16, pouco depois de confirmar a chegada de 238 acusados deportados pelos EUA, Bukele escreveu nas redes sociais: “Ooops, tarde demais”, comentando a notícia sobre a ordem de suspensão das deportações. Os salvadorenhos receberão U$ 20 mil por ano por cada detento deportado por Washington, mas o envio de cidadãos americanos ao país é questionado por juristas.

Bukele tem como uma das marcas principais de seu governo o elevado nível de encarceramento, um dos maiores do mundo. Ele inaugurou em 2023 a maior prisão das Américas, o Centro de Confinamento do Terrorismo, conhecido pela sigla Cecot, construído em um local isolado e que deve abrigar, segundo o governo, detentos de “alto escalão”. Os deportados pelos EUA serão enviados ao Cecot. De acordo com o Subcomitê da ONU para Prevenção da Tortura, o Cecot é “um fosso de concreto”, destinado a se “desfazer das pessoas sem aplicar a pena de morte”.

Grupos de direitos civis e alguns democratas criticaram a ideia de reativar a lei das deportações em massa. A “Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798” só foi usada três vezes na história americana: na Primeira Guerra Mundial, na Guerra de 1812 e na Segunda Guerra Mundial, para a internação forçada de americanos de ascendência japonesa em campos de detenção. (g1, Globo e NPR)

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