Haddad: ‘Não existe ajuste fiscal possível’, se a economia não crescer
Em evento em São Paulo sobre parcerias público-privadas (PPPs) e concessões, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o arcabouço fiscal e afirmou que “não existe um ajuste fiscal possível”, se a economia não crescer. “O arcabouço fiscal aprovado prevê um piso de investimento público. Acredito ser a primeira lei federal a estabelecer esse piso, justamente para recuperar a ideia de que, se o Brasil não crescer, não existe ajuste fiscal possível”, disse. Ele destacou que a regra do teto de gastos, implementada no governo de Michel Temer (MDB), não evitou um patamar de déficit recorde porque que o país enfrentou dificuldades de crescimento ao longo de 10 anos. Para o ministro, se o governo for perseverante no cumprimento do arcabouço fiscal, o cenário será de “resultados primários cada vez melhores ao longo do tempo”. Questionado sobre os desafios de equilibrar as contas públicas garantindo investimentos públicos, ele afirmou que essa tarefa não se resolve apenas com o controle de gastos previsto pelo arcabouço fiscal, mas com medidas extras. “Foi o que demonstrou o final do ano passado. Nós tivemos que adotar uma série de medidas de natureza fiscal para acomodar as despesas”, afirmou em referência ao bloqueio no orçamento. Apesar disso, afirmou Haddad, o governo atingiu um recorde de investimento em infraestrutura no ano passado, “fruto de um trabalho que liberou recursos para investimento dentro de uma arquitetura sóbria, que permitiu o Brasil crescer quase 7% em dois anos”. Segundo Haddad, a determinação do presidente Lula é que a equipe econômica busque o equilíbrio das contas sem penalizar a população mais pobre. (g1)