Assembleia Geral da ONU apoia resolução condenando a Rússia, mas sem aval dos EUA
No terceiro aniversário da invasão da Ucrânia, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução elaborada por Kiev e pela União Europeia condenando a Rússia e rejeitando uma resolução rival dos Estados Unidos, o que reflete a ruptura de Donald Trump com a Europa e sua crescente união com Vladimir Putin. EUA, Rússia, Bielorrússia e Coreia do Norte e outros 14 países votaram contra a resolução UE-Ucrânia, consolidando uma mudança extraordinária na política americana. O texto aprovado por 93 países nomeia a Rússia como Estado agressor e apela à retirada de suas tropas da Ucrânia. Já a derrotada resolução dos EUA tinha três parágrafos e não incluía qualquer menção à agressão russa. O embaixador russo na ONU classificou a resolução dos EUA como uma “boa medida”. “Uma resolução centrada numa ideia simples: acabar com a guerra. Um caminho para a paz é possível, disse a embaixadora Dorothy Shea, encarregada de negócios dos EUA na ONU. O texto não defendia um cessar-fogo ou a qualquer ação concreta porque acreditava que isso aumentaria a resistência da Rússia e da Ucrânia. (Guardian)
Enquanto isso… o presidente americano, Donald Trump, e seu colega francês Emmanuel Macron se reuniram na França, demonstrando uma antiga amizade, mas divergindo sobre a guerra. Macron destacou a necessidade de garantias de segurança para Kiev e disse que qualquer acordo “não deve significar a rendição da Ucrânia”. Trump não disse nada sobre o que a Rússia deveria renunciar para acabar com os combates e reiterou a sua exigência de que os EUA obtenham centenas de bilhões de dólares em direitos minerais da Ucrânia. Trump também disse que poderá ir a Moscou se um acordo de paz for alcançado, o que ele indicou que poderá acontecer dentro de semanas. Isso fará dele o primeiro presidente americano a visitar a Rússia em mais de uma década e serviria de bênção para Putin, que enfrenta um mandado de prisão internacional por crimes de guerra. (New York Times)
No encontro, Trump repetiu a falsa afirmação de que os EUA têm gastado muito mais dinheiro na guerra na Ucrânia do que em países da Europa. “Os EUA forneceram muito mais ajuda à Ucrânia do que qualquer outra nação”, disse Trump em entrevista coletiva ao lado de Macron. “Gastamos mais de US$ 300 bilhões e a Europa gastou cerca de US$ 100 bilhões. É uma grande diferença e em algum momento devemos igualar”, disse. Mais cedo, no encontro que tiveram no Salão Oval, Macron, tentou corrigir o seu homólogo sobre a natureza do apoio europeu à Ucrânia. “Só para que você entenda, a Europa está emprestando dinheiro à Ucrânia. Vocês estão recebendo seu dinheiro de volta”, disse Trump. Macron pôs a mão no braço de Trump e interveio: “Não, na verdade, para ser franco, nós pagamos. Pagamos 60% do esforço total. Era como os EUA: empréstimos, garantias, subvenções”, disse ele. “Temos US$ 230 bilhões em ativos congelados na Europa, ativos russos. Mas isso não é garantia de um empréstimo porque não é nosso. Eles estão congelados”. Trump pareceu ignorar: “Se você acredita nisso, por mim está tudo bem. Eles recebem o dinheiro de volta e nós não. Mas agora nós fazemos.”