Devido à inflação, governo desiste de elevar mistura do biodiesel ao diesel
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou nesta terça-feira que o percentual mínimo obrigatório de biodiesel no óleo diesel será mantido em 14% até “posterior deliberação”. A decisão foi tomada na primeira reunião deste ano do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). No fim de 2023, o conselho estabeleceu que em março de 2024 a mistura de biodiesel ao diesel seria de 14% (B14), com a previsão de chegar a 15% (B15) no ano seguinte. Segundo fontes, o pedido de manutenção da mistura em 14% partiu da Casa Civil. O motivo seria o potencial aumento do preço do óleo diesel ao consumidor. Após o preço do combustível subir R$ 0,28 — R$ 0,22 de reajuste da Petrobras e R$ 0,06 de aumento do ICMS estadual —, o governo quer evitar novas altas, em meio às preocupações do Palácio do Planalto com a inflação resistente e a queda na popularidade do presidente Lula. Outro argumento usado pelo governo é a alta de 29% do preço do óleo de soja em 2024, principal matéria-prima do biocombustível, temendo que a maior demanda do produto para produção de biocombustível afete o preço do óleo envasado, utilizado na alimentação. (Estadão)