Consumo desacelera no início de 2025 e inflação segue no radar do varejo
As vendas no varejo brasileiro começaram 2025 com sinais de desaceleração, em contraste com o desempenho mais consistente registrado no início do ano passado. Dados da NielsenIQ (NIQ) apontam que o consumo reduziu após um janeiro tradicionalmente forte, com a primeira queda no volume de vendas entre os dias 27 de janeiro e 2 de fevereiro. O movimento acontece em meio a novas rodadas de reajustes de preços no setor de alimentos e bebidas. Segundo redes de supermercados e atacarejos, há pedidos de aumento entre 5% e 7% para itens básicos, como ovos e batatas, impulsionados pelo dólar ainda elevado e pela preferência do agronegócio pelas exportações. No Nordeste, região que foi decisiva na vitória de Lula em 2022, as vendas de hipermercados caíram 3% no início de fevereiro, o pior desempenho entre as regiões pesquisadas. A perspectiva para o restante do ano também é de cautela. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) projeta crescimento de 2,7% em 2025, abaixo dos 3,7% registrados no ano passado — e o pior resultado desde 2018. (Valor)