Desaceleração econômica deve marcar 2025, mas ritmo ainda é incerto
A atividade econômica brasileira deve perder fôlego ao longo de 2025, mas o ritmo dessa desaceleração ainda gera divergências entre analistas. Dados recentes do IBGE mostraram uma queda generalizada em dezembro de 2024: o varejo ampliado recuou 1,1%, os serviços caíram 0,5% e a indústria teve retração de 0,3% na comparação com novembro. O mercado de trabalho também trouxe sinais mistos, com o Caged registrando o fechamento líquido de 535,6 mil vagas formais no mês, acima das projeções. Para Cecilia Machado, economista-chefe do Bocom BBM, o esfriamento da atividade é consistente com a alta dos juros, a perda de poder de compra das famílias e o menor impulso fiscal no fim do ano passado. “A grande questão é se veremos essa desaceleração em maior ou menor grau”, afirma. O J.P. Morgan revisou para baixo a estimativa de crescimento no fim de 2024 e alertou para riscos no início deste ano, mas manteve sua projeção para 2025. Já o nowcast do Banco Pine, que acompanha a atividade em tempo real, projeta crescimento de apenas 0,2% no primeiro trimestre deste ano, enquanto a Galapagos Capital espera uma desaceleração mais branda, com avanço de 0,5%. Para analistas, o impacto da política monetária deve aparecer com mais força no segundo semestre. Fatores como o aumento de 7,5% no salário mínimo e uma nova safra agrícola robusta podem sustentar o consumo e crescimento no curto prazo. No entanto, há o risco de medidas contracíclicas, especialmente com a aproximação das eleições. (Valor)