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O vice-presidente americano, JD Vance, afirmou nesta sexta-feira durante a Conferência de Segurança de Munique que a “ameaça interna” da Europa é mais grave do que a apresentada por Rússia e China num discurso de confrontação, em que atacou violações da democracia e provocou uma resposta furiosa por autoridades europeias. Ele criticou o cancelamento de uma recente eleição na Romênia, a acusação contra um manifestante antiaborto no Reino Unido e a exclusão de políticos alemães de extrema direita e extrema esquerda do evento. “E o que me preocupa é a ameaça interna, o afastamento da Europa de alguns dos seus valores mais fundamentais”, disse. As autoridades europeias ficaram alarmadas com o que consideraram como tentativas de Vance de ligar o apoio de segurança dos EUA ao continente a seus comentários sobre liberdade de expressão e democracia. A plateia ouviu em silêncio a maior parte do tempo, claramente incomodada. Ao falar de liberdade de expressão, que disse estar em recuo na Europa, destacou a centralidade do tema para Trump e emendou: “Em Washington, há um novo xerife na cidade”. Discursando em seguida, o ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, classificou as críticas como “inaceitáveis”, acrescentando que não teve escolha senão responder. “Ele compara a condição da Europa com o que está acontecendo em autocracias. Isso não é aceitável.” Kaja Kallas, a diplomata-chefe da União Europeia, disse que ficou surpresa com a fala de Vance. “Acho que podemos lidar com as nossas próprias questões internas”, afirmou. (Financial Times)