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O Brasil perdeu um dos grandes nomes de sua cultura, expoente das artes audiovisuais e um dos criadores do movimento Cinema Novo. Cacá Diegues estava internado na Clínica São Vicente, no bairro carioca da Gávea, para se submeter a uma cirurgia, mas teve complicações cardiocirculatórias na madrugada, antes do procedimento. Ele era imortal da Academia Brasileira de Letras e assinava uma coluna aos domingos no jornal O Globo. O velório será realizado na sede ABL neste sábado, a partir das 11h. Na sequência, ele será cremado em cerimônia privada no Memorial do Carmo, no Caju. Cacá vinha trabalhando na finalização de Deus Ainda é Brasileiro, continuação para o sucesso de 2003 estrelado por Antonio Fagundes e Wagner Moura, com estreia prevista para 2025. Nascido em 19 de maio de 1940, em Maceió, Alagoas, Carlos José Fontes Diegues se mudou ainda pequeno com a família para o Rio de Janeiro, onde estudou Direito na PUC, antes de ser completamente tomado pelo cinema. Ativo integrante do Centro Popular de Cultura (CPC), participa da única produção cinematográfica realizada pelo órgão: Cinco Vezes Favela (1961). O primeiro longa solo veio dois anos depois, com Ganga Zumba (1963), estrelado por Antonio Pitanga e Léa Garcia, e que, segundo a Enciclopédia do Cinema Brasileiro, foi o primeiro filme nacional com protagonistas negros. Em A Grande Cidade (1966), centrou sua atenção na questão do imigrante na grande metrópole. Ainda em 1969, aproveitando um convite para participar do Festival de Veneza, Cacá deixa o Brasil e se radica em Paris, na França, com sua esposa à época, a cantora Nara Leão. Após dois anos fora, volta ao país em 1971 e realiza Quando o Carnaval Chegar (1972), estrelado por Nara, Chico Buarque, Maria Bethânia, Hugo Carvana e Pitanga, e Joanna Francesa (1973), com Jeanne Moreau. Também fez sucesso com Xica da Silva (1976), com Zezé Motta, um filme visto por 3,2 milhões de espectadores, e Bye Bye Brasil (1980), com José Wilker, Betty Faria e Fábio Jr.. Do casamento com Nara, Cacá teve os filhos Isabel e Francisco Diegues. O diretor e a cantora se separaram em 1977, 12 anos antes da morte da artista, e em 1981 e se casou novamente com Renata Almeida Magalhães, produtora com quem faria boa parte de seus filmes. Os dois tiveram a filha Flora, que morreu em 2019, aos 34 anos, vítima de um câncer. (Globo)