Comissão deve reabrir caso sobre acidente que matou JK
A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), órgão estatal que tem apoio técnico-administrativo do Ministério dos Direitos Humanos, deve aprovar nesta sexta-feira a reabertura do caso sobre o acidente que matou o ex-presidente Juscelino Kubitschek em 1976. Em 22 de agosto de 1976, o Opala em que estava JK, conduzido por seu motorista e amigo Geraldo Ribeiro, trafegava na via Dutra, sentido Rio, quando, desgovernado, atravessou o canteiro central, invadiu a pista oposta e se chocou de frente com uma carreta. Os dois morreram. Diversas investigações buscaram esclarecer por que o motorista perdeu o controle do veículo. As conduzidas pela ditadura concluíram que foi acidente e que, antes da colisão, o carro foi atingido por um ônibus ao tentar ultrapassá-lo. O mesmo concluiu a Comissão Nacional da Verdade em 2014 e uma comissão externa da Câmara dos Deputados em 2001. Já outras apurações, de comissões de SP e MG, concluíram que JK foi vítima de um atentado político, reunindo indícios de que não houve batida com o ônibus e de que o carro se desgovernou por ação externa, como sabotagem mecânica, mesmo um tiro ou envenenamento do motorista. E um inquérito civil conduzido pelo Ministério Público Federal de 2013 a 2019 descartou que tenha havido choque entre o ônibus e o Opala, mas que é “impossível afirmar ou descartar” a hipótese de atentado. Como a lei que criou a comissão, em 1995, fixava prazos, já expirados, para requerimentos e não houve pedido da família de JK, a tendência é que a reabertura do caso seja justificada para esclarecimento da verdade histórica. (Folha)