Múcio defende soltar ‘inocentes’ do 8 de janeiro como forma de ‘pacificar’ o país
O ministro da Defesa, José Múcio, defendeu nesta segunda-feira, em entrevista ao programa Roda Viva, penas diferentes aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro. Para ele, soltar inocentes ou quem teve menor envolvimento ajudaria a “pacificar o país”. Ele foi dúbio ao comentar o episódio: embora tenha usado a palavra “golpe”, evitou cravar que houve uma tentativa, dizendo que isso só ficará claro “se nos inquéritos aparecerem as denúncias”. “Eu acho que na hora que você solta um inocente ou uma pessoa que não teve um envolvimento muito grande (no 8 de janeiro) é uma forma de você pacificar. Esse país precisa ser pacificado. Ninguém aguenta mais esse radicalismo”, afirmou o ministro, que defendeu deixar o “revanchismo” de lado e lembrou que a decisão sobre uma anistia cabe ao Congresso. Segundo ele, há aqueles que “quebraram uma cadeira” e outros que realmente armaram o golpe. “Você não pode dar a mesma pena a quem armou, quem financiou, a uma pessoa que foi lá encher o movimento”, defendeu. O ministro disse que as três Forças “não tinham nada a ver” com os atos golpistas e que só os “civis foram, os militares, não”. Múcio contou que quis deixar o governo, mas ficou após apelos de Lula, que argumentou que sua saída não era desejada pelos comandantes militares. Ele também disse que, no início, os comandantes das Forças Armadas não o recebiam, e isso só mudou após ele recorrer a Jair Bolsonaro para ajudá-lo a garantir uma “transição tranquila”. (Estadão)