Hamas acusa Israel de descumprir acordo e adia libertação de reféns
O Hamas acusou Israel de quebrar o acordo de cessar-fogo e anunciou que a próxima libertação de reféns, que estava prevista para ocorrer neste sábado, será adiada “até novo aviso”. O Estado hebreu descreveu o adiamento como uma “violação total do cessar-fogo”. Porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Obeida elencou várias supostas violações nas últimas três semanas, como “atrasar o regresso dos deslocados ao norte da Faixa de Gaza, atingi-los com bombardeios e tiros em várias áreas do enclave, e não permitir a entrada de suprimentos de socorro em todas as suas formas, de acordo com o que foi acordado”. Em resposta, o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, disse ter instruído os militares do país a “prepararem-se no mais alto nível de alerta para qualquer cenário possível em Gaza”. Ele descreveu o adiamento como uma “violação total do acordo de cessar-fogo e do acordo para libertar os reféns”. As famílias dos reféns ainda detidos em Gaza solicitaram assistência urgente aos países mediadores para “ajudar a restaurar e implementar” o acordo de cessar-fogo. Nos termos do acordo assinado no mês passado, as negociações para iniciar uma segunda fase deveriam começar nesta segunda-feira. (CNN)
Já o presidente americano, Donald Trump, disse que os quase 2 milhões de palestinos que ele quer deslocar da Faixa de Gaza não seriam autorizados a regressar ao enclave sob seu hipotético plano de reconstrução da região. Em um trecho da entrevista à Fox News programada para ir ao ar nesta segunda-feira, Trump fala de sua recente proposta para uma tomada de Gaza liderada pelos americanos. Questionado se os palestinos que seriam removidos do território após a desocupação israelense teriam o direito de eventualmente regressar à sua terra natal, ele disse: “Não, não teriam. Porque eles terão moradias muito melhores – em outras palavras, estou falando em construir um lugar permanente para eles”. A deportação ou transferência forçada de uma população civil é uma violação do direito internacional e um crime de guerra, segundo especialistas. Trump já sugeriu que a população de Gaza seja transferida para Jordânia e Egito, uma ideia que ambos os países rejeitaram rapidamente. Na entrevista, ele disse que “poderia fazer um acordo” com esses dois países. No domingo, ele reiterou aos jornalistas que a Faixa de Gaza é um “um grande terreno imobiliário” que os EUA “iriam possuir”. (New York Times)