Em entrevista, Haddad defende agenda econômica do governo e reforma do IR
Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que seguirá no cargo até o fim do governo, descartando qualquer intenção de sair antes de 2026 e que para isso, não será candidato a nenhum cargo nas próximas eleições. Ele reconheceu que há dias difíceis no ministério, mas disse que está acostumado a enfrentar turbulências. Haddad também comentou as críticas que recebeu de setores do próprio governo, minimizando ataques e classificando como parte do jogo político. “Tem fogo amigo, fogo inimigo, aqui tem fogo pra todo gosto”, brincou. O ministro detalhou os próximos passos da agenda econômica do governo, incluindo a reforma da tributação sobre a renda. A proposta prevê isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e um imposto mínimo para aqueles que recebem acima de R$ 50 mil e não são tributados na fonte, independente de serem via salário ou investimentos. Segundo Haddad, a ideia é tornar o sistema mais equilibrado, sem aumentar a carga tributária, redistribuindo a tributação entre consumo, pessoa física e jurídica. O texto já foi apresentado ao presidente Lula e passará por ajustes antes de ser enviado ao Congresso. Haddad também comentou a recente valorização do dólar, argumentando que o movimento foi impulsionado por fatores externos, especialmente a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, e não apenas por questões fiscais internas. Ele criticou economistas que atribuíram a alta da moeda exclusivamente a um descontrole dos gastos públicos, afirmando que o governo tem avançado na agenda de ajuste fiscal, mas recuou em sua declaração de que “não compraria dólar acima de R$ 5,70” e defendeu o câmbio flutuante. O ministro voltou a defender que o ajuste econômico seja tratada como um projeto de Estado e que “Nós vamos precisar de tempo para colocar ordem, evitando pauta-bomba, corrigindo distorções, atacando ineficiências”. (Globo)