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Quase 100 jornalistas e outros membros da sociedade civil que usam o WhatsApp foram alvos de spyware da Paragon Solutions, uma fabricante israelense de software de hacking, alegou a Meta nesta sexta-feira. Todos estavam sendo alertados sobre uma possível violação de seus dispositivos, e o WhatsApp disse ao Guardian ter certeza de que os usuários em questão haviam sido alvos e suas contas estavam “possivelmente comprometidas”. Não está claro quem está por trás do ataque. Como outros fabricantes de spyware, o software de hacking da Paragon é usado por clientes do governo e o WhatsApp disse que não conseguiu identificar quem ordenou os supostos ataques. Especialistas disseram que o direcionamento foi um ataque de “clique zero”, o que significa que os alvos não precisariam clicar em nenhum link malicioso para serem infectados. O operador do spyware tem acesso total ao telefone, incluindo mensagens de aplicativos criptografados como WhatsApp e Signal. O WhatsApp se recusou a revelar em que locais os jornalistas e os outros que sofreram o ataque estavam localizados. A Paragon tem um escritório nos EUA em Chantilly, Virgínia. A empresa enfrentou escrutínio recente depois que a revista Wired publicou em outubro que a empresa havia firmado um contrato de US$ 2 milhões com a divisão de investigações de segurança interna do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, da sigla em inglês). A divisão teria emitido uma ordem de paralisação do contrato para verificar se ele estava em conformidade com uma ordem executiva do governo Biden que restringia o uso de spyware pelo governo federal. O governo Trump revogou dezenas de ordens executivas de Biden, mas a ordem de 2023, que proibia o uso de spyware que representasse um risco à segurança nacional, continua em vigor. O WhatsApp disse que os supostos ataques foram interrompidos em dezembro e que não estava claro por quanto tempo os alvos podem ter ficado sob ameaça. A empresa está notificando as vítimas sobre o hackeament. (Guardian)