Reajuste de remédios pode ficar abaixo da inflação em 2025
Segundo informações exclusivas do Valor Econômico, o preço dos medicamentos no Brasil será reajustado em três níveis diferentes em 2025, marcando a primeira vez desde 2021 que parte dos aumentos ficará abaixo da inflação acumulada. A medida, baseada em cálculos do Conselho de Ministros da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), quer equilibrar os impactos econômicos em meio a um cenário já de alta sensibilidade inflacionária. Os reajustes, previstos para março, foram determinados após a divulgação de uma nota técnica da Secretaria de Reformas Econômicas (SRE) da Fazenda, que apontou um “fator x” de produtividade de 2,459%. Esse índice positivo significa que o mercado terá aumentos variados dependendo da concorrência entre os medicamentos. Então, no nível 1, haverá reajuste integral da inflação para medicamentos em mercados altamente competitivos, como omeprazol e amoxicilina; no nível 2 será aplicada a fórmula IPCA menos 1,22% para mercados com média concorrência, como lidocaína e nistatina. Já no nível 3, o ajuste será de IPCA menos 2,45% para mercados de baixa concorrência ou monopólios, como ritalina e stelara. Especialistas apontam que embora a medida ajude a conter a pressão inflacionária, o impacto no setor farmacêutico e varejista pode ser negativo, com empresas enfrentando menores ganhos imediatos. A decisão ocorre em meio a discussões sobre a entrada de supermercados na venda de medicamentos sem prescrição médica, o que pode aumentar a concorrência no setor. Embora o “fator x” positivo indique ganhos de eficiência das empresas em 2024, a secretária-adjunta Ana Maria Oliveira e a coordenadora Mariana Cavalcanti, autoras da nota técnica, reforçam que os três níveis de reajuste seguem critérios definidos desde 2015. (Valor)