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O número de pedidos de recuperação judicial em 2024 foi o maior registrado nos últimos 20 anos, com 2.273 solicitações — um aumento de 61,8% em relação a 2023. Os dados são do Indicador de Falência e Recuperação Judicial da Serasa Experian e apontam que micro e pequenas empresas (MPEs) lideraram o movimento, somando 1.676 pedidos, quatro vezes mais que as médias empresas (416) e oito vezes mais que as grandes (181). O salto entre MPEs foi de 78,4% em um ano. De acordo com Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian, o cenário reflete um ambiente econômico marcado pela contradição entre o crescimento da renda familiar, impulsionado pela menor taxa de desemprego da história, mas com o impacto de juros elevados no crédito. “A taxa de juros no patamar de dois dígitos se mostrou bastante restritiva, impactando de maneira mais severa, principalmente a saúde financeira das micro e pequenas empresas que são as que têm menor acesso a crédito. Médias e grandes que têm outras formas de captação de crédito, além do mercado bancário”, explicou. Outro dado preocupante é o número recorde de empresas inadimplentes, que chegou a 6,9 milhões de CNPJs em dezembro de 2024. Com os juros restritivos, que devem alcançar 14,25% em março, a reestruturação das dívidas fica ainda mais difícil, o que deve gerar novos recordes de inadimplência e pedidos de recuperação judicial, segundo a economista. Em contrapartida, os pedidos de falência caíram 3,5% em 2024, totalizando 949 casos. (Globo)