As reações nacionais e do exterior com as indicações brasileiras ao Oscar
As nomeações ao filme brasileiro foram vistas como “surpresa” pelos principais veículos internacionais e revistas especializadas, como Hollywood Reporter, que também chamou Fernanda Torres de “azarona do Oscar” ao repetir a indicação histórica da mãe Fernanda Montenegro como melhor atriz. O Deadline também lembrou de mãe e filha na premiação e ressaltou o sucesso do filme. (Hollywood Reporter e Deadline)
O New York Times também recebeu com surpresa a indicação de Ainda Estou Aqui ao prêmio de melhor filme e Fernanda Torres como melhor atriz. O jornal destaca o papel exercido pelo Globo de Ouro, ao premiar Fernanda, dando visibilidade ao filme junto aos votantes do Oscar, enquanto a Variety credita as indicações ao sucesso do filme após o Globo de Ouro e ao engajamento dos fãs na rede. (New York Times e Variety)
O crítico do Washington Post Ty Burr afirma que o filme brasileiro “é um épico dentro de um épico: um drama familiar intenso contido no melodrama de um país enlouquecendo”. Já Sonia Rao disse que Ainda Estou Aqui “está em todo lugar”, sendo uma das grandes surpresas na categoria de melhor filme, ainda que esperado nas outras duas indicações. (Washington Post)
Leonardo Sanchez: “O longa de Walter Salles trata de um dos capítulos mais sombrios dos livros de história, na ressaca da ascensão de um discurso que rejeita os horrores da ditadura militar e, por tabela, tentou grudar a maior parte do cinema nacional e a classe artística à pecha de inimigos da nação. Para além da guerra ideológica que se instaurou no Brasil, as indicações desta semana também servem de injeção de otimismo num setor cambaleante desde a pandemia de Covid-19. As bilheterias de produções nacionais sofrem desde o fim da quarentena, o que começa a ser revertido graças ao sucesso de ‘Ainda Estou Aqui’ e ‘O Auto da Compadecida 2’ nesta virada de ano”. (Folha)
Renata Almeida Magalhães: “Ainda estou aqui é o resultado dessa insistência, desse ciclo evolutivo, mas, sobretudo, porque é um filme que nos faz lembrar que o Brasil vale a pena. Continuamos únicos e interessantes, capazes de fazer com que uma história profundamente brasileira, contada por um cineasta brasileiro, se conecte com o mundo”. (Globo)