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Jean-Marie Le Pen, líder histórico da extrema direita na França e que se candidatou cinco vezes à Presidência da República (a última em 2007), morreu hoje aos 96 anos. Ele é pai de Marine Le Pen, principal líder da extrema direita na política francesa atualmente. Abertamente racista, Le Pen era uma figura controversa no país. Estava internado em uma casa de repouso há várias semanas devido à saúde debilitada. Em abril de 2015, Le Pen ainda era presidente honorário da Frente Nacional. Sua filha Marine, então presidente do partido, tinha acabado de obter índices muito altos de votação nas eleições locais e pretendia desdemonizar a legenda. Mas foi atrapalhada pelo próprio pai, que deu entrevistas para uma rádio e também uma revista antissemita reiterando comentários seus de 1987 sobre as câmaras de gás usadas no Holocausto, que ele chamou de “um detalhe da Segunda Guerra Mundial”. Para Marine, foi a gota d’água na relação com o pai, que acabou suspenso do partido que ele fundou e teve sua foto removida do site da sigla. A ruptura entre os dois foi completa, por isso o Le Monde afirma que ele era um pária político até para sua família – ele e Marine não se falavam desde esse episódio de ruptura, e Jean-Marie chegou a dizer que estava “envergonhado de que ela tivesse” seu nome. (Le Monde)