Preços de combustíveis defasados pressiona Petrobras por reajustes
Gasolina mais cara em breve? A Petrobras começou 2025 com uma significativa defasagem nos preços dos combustíveis em relação ao mercado internacional. Consultorias atribuem o cenário à alta do dólar, que fechou 2024 a R$ 6,18, intensificando a diferença nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias brasileiras. Segundo a StoneX, a defasagem no diesel chegou a 8,9%, enquanto na gasolina alcançou 12,3%. A Abicom aponta percentuais ainda maiores, estimando a diferença em 19% e 13%, respectivamente, enquanto a XP calcula 14,9% para o diesel e 12,5% para a gasolina. Em 2024, a estatal realizou apenas um reajuste nos preços da gasolina, com alta de 7,04% em julho, enquanto manteve os valores do diesel estáveis após um corte de 7,85% em dezembro de 2023. Segundo analistas, o cenário internacional ajudou a Petrobras a evitar novos reajustes, com o petróleo Brent fechando 2024 a US$ 74,24 por barril, uma queda de 3,74% em relação ao ano anterior. No entanto, a alta do câmbio aumenta as pressões sobre os preços. Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), afirma que a estatal deveria realizar reajustes para refletir o novo patamar do dólar. “Não é que a empresa esteja, hoje, perdendo dinheiro, mas poderia ter um lucro maior”, disse. Ele também destaca que os importadores são prejudicados pela defasagem, já que não conseguem competir com a estatal. A Petrobras reforçou, em nota, que sua estratégia considera condições nacionais de produção e logística, além de mitigar a volatilidade cambial e internacional. (Valor)