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Morreu no domingo (29) o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, aos 100 anos de idade. Segundo informações do Carter Center, ele faleceu em Plains, na Geórgia, cercado pela família, em casa, onde estava sob cuidados paliativos desde fevereiro de 2023. Democrata, Carter serviu num único mandato, de 1977 a 1981, e perdeu uma tentativa de reeleição para Ronald Reagan.

Antes da carreira na política, Carter foi produtor de amendoim na Geórgia e ganhou destaque ao prometer restaurar a moralidade na política norte-americana após uma era de escândalos na Casa Branca, notadamente o caso Watergate. Sulista com um sorriso largo, desfrutou de sucessos significativos, sobretudo no exterior. Conseguiu selar um raro e duradouro acordo de paz no Oriente Médio entre Israel e Egito, que dura até hoje. Carter também formalizou a abertura iniciada pelo presidente Richard Nixon com a China comunista e colocou os direitos humanos no centro da política externa dos EUA.

Apesar de suas conquistas como pacificador, a presidência de Carter é lembrada por problemas na economia, inflação, crise energética e questões na política externa. Carter não se reelegeu, em boa medida, por causa da crise dos reféns americanos no Irã, que durou 444 dias entre 1979 e 1981.

Seu legado mais duradouro é o de um estadista mais velho, que rodou o mundo intermediando conflitos mesmo depois de se aposentar. Foi no período após deixar o cargo que se consagrou mundialmente. Em 2002, ganhou o Nobel da Paz em reconhecimentos por seus esforços diplomáticos e por sua luta pelos direitos humanos. Um dos mais conhecidos biógrafos de Carter, Jonatham Alter, autor de “His Very Best: Jimmy Carter, a Life”, publicado em 2020, destaca para a Folha de S. Paulo, que o ex-presidente foi hábil para pressionar a ditadura brasileira, à época sob comando de Ernesto Geisel (1974-1979), a libertar presos políticos.

Em setembro de 2019, durante uma entrevista coletiva, Carter alertou os americanos contra a reeleição do presidente Donald Trump. “Acho que será um desastre ter mais quatro anos de Trump”, disse. Carter também contou naquela entrevista que se casar com Rosalynn foi o “ápice” de sua vida. Rosalynn Carter morreu em novembro de 2023 aos 96 anos. Foram casados por 77 anos. (CNN e Folha de S.Paulo)