Perspectiva para economia chinesa em 2025 ‘parece sombria’, diz ‘Economist’
A cada dezembro, os governantes chineses se reúnem para a sua Conferência Central de Trabalho Econômico, na qual revisam os últimos 12 meses e antecipam as tarefas que enfrentarão no ano seguinte. Este ano, a perspectiva parece sombria. As vendas no varejo em novembro foram 3% maiores que no ano anterior, mas abaixo das expectativas, mesmo antes de ajustadas pela inflação. Não que estivesse alta. Os preços ao consumidor aumentaram apenas 0,2% no mesmo período. Ambas as estatísticas refletem a cautela das famílias. A confiança do consumidor nunca se recuperou do colapso durante os bloqueios na pandemia. Esse é o panorama retrospectivo. Sobre o futuro: as exportações e investimentos na indústria, que ajudaram a sustentar a economia em 2024, enfrentam a perspectiva de uma nova guerra comercial com os Estados Unidos. Durante a campanha eleitoral, Donald Trump ameaçou a China com tarifas de 60% ou mais. Após sua vitória, ele disse que irá impor 10% adicionais se o país não fizer mais para restringir o fluxo de fentanil, um opioide sintético feito a partir de precursores químicos que geralmente se originam na China.
Cálculos rápidos feitos pelo Citigroup sugerem que tarifas tão altas podem reduzir em 2,4 pontos percentuais a taxa de crescimento do país se o governo não fizer nada para amortecer o golpe. Tudo isso deixou os participantes da Conferência Central de Trabalho Econômico preocupados. Eles devem estimular gastos para manter a economia no mesmo nível de antes da guerra comercial, por causa do aumento das tarifas, e, assim, atenuar o impacto na demanda. Mas o passado oferece algum ensinamento. Em 2008, durante a crise financeira global, os mercados de exportação da China no Ocidente entraram em colapso. Mesmo assim, a sua economia ainda cresceu vigorosamente, graças aos esforços de resgate do governo. A China, naquela época, deu muitos estímulos à demanda: convocou os bancos estatais para emprestar e as empresas estatais para gastar. A economia também foi ajudada por um mercado imobiliário efervescente, que era difícil de controlar, mas fácil de abrir. (The Economist)