Novo governo da Síria intensifica perseguição a membros do regime deposto
O novo governo da Síria intensificou sua campanha para rastrear e prender membros do regime deposto de Bashar al-Assad, sinalizando que agiria com mão pesada contra pessoas suspeitas de atrocidades contra opositores. A Sana, agência de notícias estatal do país, relatou hoje que “vários remanescentes das milícias de Assad” foram presos na região costeira de Latakia, no oeste da Síria, e outros são perseguidos em Tartus, Homs e Hama. Segundo a agência, agora controlada pela aliança de rebeldes que derrubou Assad há três semanas, armas e munições foram confiscadas. O líder de uma importante organização de direitos humanos levantou um alerta sobre a maneira como o governo de transição estava perseguindo os leais a Assad, dizendo que estão ocorrendo prisões arbitrárias. Na quarta-feira, uma tentativa de prender Mohammed Kanjou al-Hassan, o ex-diretor da justiça militar de Assad, desencadeou confrontos mortais na área de Tartus — parte do coração da minoria alauíta de Assad. As forças de segurança foram emboscadas por legalistas do antigo governo na área, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, e 14 soldados do novo governo foram mortos, de acordo com Mohammed Abdel Rahman, ministro interino do Interior da Síria. Embora alguns relatos tenham dito que Hassan foi preso, o governo sírio ainda não confirmou isso e seu paradeiro permanece incerto. Rami Abdulrahman, diretor do Observatório Sírio, diz que “precisamos de justiça transicional, não de justiça de vingança”. De acordo com ele, “a nova Síria deve ser um estado de justiça, democracia, igualdade e lei”. As novas autoridades devem publicar uma lista de todas as pessoas suspeitas de cometer crimes de guerra contra sírios. (New York Times)