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Aos 82 anos, morre a intelectual argentina Beatriz Sarlo

A ensaísta e crítica cultural argentina Beatriz Sarlo morreu hoje, aos 82 anos, após semanas internada por um acidente vascular cerebral. Sarlo fez uma revolução na crítica literária do país e formou gerações de professores e leitores. Como pesquisadora e ensaísta, estudou as transformações socioculturais da Argentina nos séculos 20 e 21, e colaborou para a reinvenção de conceitos como modernidade e pós-modernidade, escrevendo a partir de experiências que reviraram o país, como o peronismo e a ditadura militar. Foi crítica do kirchnerismo e vinha sendo opositora feroz de Javier Milei, mesmo estando afastada do debate público nos últimos anos. Em sua última entrevista, disse que ele introduziu “um discurso bestial” no país. A autora publicou cerca de 30 livros durante uma carreira prolífica de ensaísta, muitos deles editados e influentes no Brasil, como Cenas da Vida Pós-Moderna, Modernidade Periférica e Jorge Luis Borges, um Escritor na Periferia. Outros que ganharam edições brasileiras são Sete Ensaios sobre Walter Benjamin e um Lampejo, Paisagens Imaginárias – Intelectuais, Arte e Meios de Comunicação, e A Paixão e a Exceção: Borges, Eva Perón, Montoneros. Seu lançamento mais recente foi Viagens: Da Amazônia às Malvinas, conjunto de relatos de uma viagem pela América do Sul que classificou como “guevarista”, publicados virtualmente pela editora e-galáxia durante sua vinda para a Festa Literária Internacional de Paraty, em 2015. (Folha)

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