Parlamento derruba Scholz, que segue como chanceler interino até eleições antecipadas
O governo do chanceler Olaf Scholz perdeu nesta segunda-feira a votação de uma moção de confiança no Parlamento da Alemanha (Bundestag). O resultado abre uma contagem regressiva para a dissolução da atual legislatura e a convocação de eleições federais antecipadas, que devem ocorrer em 23 de fevereiro, além de marcar o fim da era Scholz após pouco mais de três anos. Ao todo, 394 dos 735 deputados votaram contra o governo. Outros 116 se abstiveram. Apenas 207 votaram pela manutenção do governo. O resultado já era esperado. Scholz oficializou a convocação da votação na semana passada, após semanas de turbulência política diante do colapso da sua coalizão, que relegou o chanceler a uma posição de líder de uma minoria, travando a aprovação de projetos e leis. Com eleições à vista em fevereiro, pesquisas apontam que os conservadores da União Democrata-Cristã (CDU), que governaram com Angela Merkel entre 2005 e 2021, voltem a liderar o próximo governo. Mas os conservadores também dependerão de negociações para a formalização de uma coalizão. Scholz deve permanecer no posto interinamente. Caso a vitória conservadora no próximo pleito seja confirmada, ele se tornará o chanceler federal menos longevo desde a reunificação do país, em 1990. O governo Scholz também sofria com persistente impopularidade. Em novembro, tinha 14% de aprovação, cinco pontos percentuais a menos que no início de outubro. O gatilho para o colapso da coalizão partiu dos liberais, parceiros menores da coalizão. No início de novembro, o FDP saiu ruidosamente do governo. Na ocasião, Scholz e o líder dos liberais, Christian Lindner, que ocupava o cargo de ministro das Finanças, trocaram acusações em público. (Deutsche Welle)