Crypta no Circo Voador e o poder feminino no metal
Bandas com vocalistas mulheres ou formadas quase inteiramente por mulheres — o que aconteceu neste sábado, no Circo Voador, foi sobre isso. O grupo Crypta, um dos maiores conjuntos brasileiros de death metal, fez o penúltimo show do ano no Rio de Janeiro ao lado de três bandas cariocas. Trash No Star, Quantum e Hatefulmurder mostraram todo o poder do metal feminino e sua importância na cena, sendo celebradas pelo público que lotava o lendário Circo. Trash No Star abriu os trabalhos e falou sobre a importância de proteger as manas e denunciar a “brotheragem”, questionando homens que protegem amigos que cometem assédios. Quantum subiu no palco com o mesmo ímpeto, trazendo um cartaz com o número 180 — de chamadas de emergência contra violência doméstica e familiar contra mulheres. A vocalista, Lo Ferrera, foi agredida no show da Jinjer no mesmo Circo Voador, na semana anterior, por um homem que achou que ela estava tomando seu lugar na grade. Ela perdeu o show, mas denunciou o agressor, com apoio da casa. Hatefullmurder veio em seguida para mostrar o quanto é uma banda poderosa, com a vocalista dando guturais de fazer inveja a qualquer um e agradecendo à Tomarock Produções e também à produtora A Grande Roubada, responsáveis pelos shows daquela noite, por sempre darem espaço a bandas que estão começando — ou na estrada há mais tempo, porém esquecidas. Crypta encerrou a noite com as músicas de seu último álbum, Shades of Sorrow, e prometendo voltar ao Rio e ao Circo em 2025. (Meio)