Primeiro ataque de rebeldes a Aleppo em oito anos revela uma Síria fraturada
O avanço de rebeldes na Síria é o mais forte em anos em uma guerra de efeitos desestabilizadores que vão muito além das fronteiras do país. Foi o primeiro ataque da oposição a Aleppo desde 2016, quando uma brutal campanha aérea russa retomou a cidade do noroeste para o presidente sírio Bashar Assad depois que forças rebeldes a tomaram. A intervenção da Rússia, Irã, Hezbollah e outros grupos permitiu que Assad permanecesse no poder dentro dos 70% do território da Síria sob seu controle. Insurgentes liderados pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham lançaram o ataque em duas frentes em Aleppo na semana passada e se moveram para o interior ao redor de Idlib e da província vizinha de Hama. Os militares sírios e seus aliados estrangeiros lançaram ataques aéreos para estancar o ímpeto dos insurgentes. O aumento dos combates levanta a perspectiva de outra frente violenta reabrindo no Oriente Médio. Treze anos de guerra civil no país, iniciada como uma das revoltas populares contra ditadores na Primavera Árabe de 2011, mataram cerca de meio milhão de pessoas e fraturaram a Síria. Quase sete milhões de sírios fugiram do país desde então e os cerca de 30% do país que não estão sob o poder de Assad são controlados por diversas forças de oposição e tropas estrangeiras, entre elas os Estados Unidos, que têm 900 tropas no nordeste sírio para se proteger contra um ressurgimento do Estado Islâmico. (AP)