Banqueiros alertam que governo não pode fazer populismo e deve separar IR de cortes
Apesar da turbulência devido aos ruídos gerados pelo anúncio do pacote fiscal juntamente com mudanças no Imposto de Renda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou cedo ao almoço anual da Federação Brasileira de Bancos nesta sexta-feira. Em uma sala VIP, ele ouviu três mensagens: “Que dureza!”, exclamou um dos presentes, segundo relatos passados à Coluna do Estadão. “Siga firme”, orientou outro. “Como podemos ajudar?”, indagou o terceiro. E ouviu uma condição para que o corte de gastos seja visto com credibilidade e tenha o apoio do setor: é preciso deixar claro que a antecipação do anúncio sobre a faixa de isenção do IR foi um “erro de comunicação” do Planalto e não uma estratégia deliberada para contaminar o debate e fazer politicagem. O conselho foi para tratar os assuntos de forma separada e deixar claro que foi um equívoco, não populismo político. Os banqueiros gostaram do fato de, além de Haddad, as ministras Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação) e o futuro presidente do Banco Central e atual diretor de Política Monetária da instituição, Gabriel Galípolo, terem comparecido ao evento, demonstrando o esforço da equipe econômica para convencer que o país entrará em uma trajetória fiscal sustentável. (Estadão)