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O presidente Lula comentou pela primeira vez a polêmica envolvendo as relações comerciais entre Brasil e França, após declarações do CEO do grupo Carrefour de que não compraria mais carnes do Mercosul. Lula voltou a defender a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. E disse que os franceses, principais opositores do acordo, “não apitam mais nada”. “Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que achincalhou os produtos brasileiros”, disse Lula. “Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia. E a Ursula von der Leyen [presidente da comissão] tem procuração para fazer o acordo, e eu pretendo assinar este ano ainda.” A polêmica tem mobilizado políticos na França. Em uma votação simbólica, a Assembleia Nacional francesa rejeitou o acordo. “A realidade é que nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo”, queixou-se o deputado Vincent Trébuchet (UDR). A reação protecionista tem apoio do presidente Emmanuel Macron, mas o governo brasileiro acredita que será possível firmar os ajustes no acordo entre Mercosul e União Europeia em dezembro. A próxima reunião do bloco sul-americano ocorre no dia 6 no Uruguai. (g1)