De última hora, Argentina entra na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
A Argentina hesitou, mas acabou confirmando na tarde desta segunda-feira sua adesão à Aliança contra a Fome e a Pobreza, uma das principais bandeiras da presidência brasileira do G20, que foi lançada pelo presidente Lula neste primeiro dia da cúpula de chefes de Estado, no Rio de Janeiro. No total, conta Míriam Leitão, há 148 adesões, incluindo 82 países. E esse número pode aumentar. A Argentina de Javier Milei tem criado problemas com pequenas questões. Em relação à taxação dos super-ricos, foi contra a expressão, mas não contra a ideia de taxar mais quem tem mais. Assim, pode acabar ficando isolada. (Globo)
Representante do Brasil na Aliança, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, afirmou que a demora da Argentina a aderir se deu por um processo de “negociação”. “O presidente Milei, quando foi colocada a primeira relação, ainda estava em processo de diálogo e entendimento”, explicou. “Ele próprio reconheceu que a Argentina tinha um nível de pobreza entre os mais baixos e agora ultrapassou mais de 50% os níveis de pobreza.” (g1)
Paralelamente, diplomatas brasileiros e europeus tentam convencer a Argentina a assinar o texto final da cúpula do G20, apesar da resistência de Milei a endossar temas debatidos pelos chefes de Estado na reunião. Nos bastidores, diplomatas dizem que “tudo depende do espírito” do argentino nesta cúpula. Outra saída seria fazer um comunicado fragmentado, como já ocorreu nos anos de presidência do americano Donald Trump, com o país apontando os trechos aos quais se opõe. Para convencer os argentinos, o governo Lula tem argumentado com os representantes da Casa Rosada que ficar isolado frente a consensos criados entre os demais integrantes do grupo tem um peso político. Já os europeus querem usar como mecanismo de convencimento os avais a empréstimos internacionais dados à Argentina. (Estadão)