Meio

Nascido no Rio de Janeiro, o cineasta David Perlov (1930-2003) talvez não seja um nome familiar a parte dos cinéfilos brasileiros, mas é considerado um dos principais documentaristas de Israel, onde se radicou em 1958, após estudar e dirigir seus primeiros curtas em Paris. Ele é um dos homenageados na terceira Mostra de Cinema Israelense, que acontecerá entre os dias 21 e 27 deste mês, com exibições gratuitas predominantemente online pelo site do Sesc, onde estará disponível a programação completa.

A abertura da mostra, realizada pelo Instituto Brasil-Israel, será presencial em São Paulo, com a exibição de June Zero, de Jack Paltrow. Teoricamente um drama, mas com toques cômicos, o longa lida um dos momentos mais marcantes da história israelense: o julgamento e a execução em 1962 de Aldolf Eichman, um dos idealizadores do Holocausto. Também presencial será o encerramento, no qual será exibido o documentário In The Same Boat, de Aleksandra Petrova, que trata dos árabes-israelenses que enfrentaram o Hamas nos atentados de 7 de outubro de 2023.

O espaço online dedicado a Perlov contará com Em Jerusalém, de 1963, antes da anexação da parte oriental na Guerra dos Seis Dias (1967). Será exibida também 42:6, biografia do ex-primeiro-ministro David Ben-Gurion (1886-1973), que um dos fundadores do país, que governou por 13 anos. Por fim, os seis capítulos – agrupados em três partes – dos Diários cinematográficos de Perlov, filmados com uma câmera de mão entre 1973 e 1983, incluindo seu retorno ao Brasil.

“Nesse momento em que vivemos uma certa escuridão, temos que recorrer à luz da cultura para nos dar esperanças de dias melhores” diz Bruno Szlak, curador da mostra.