Morre Ibrahim Eris, presidente do Banco Central durante o Plano Collor
Morreu nesta sexta-feira, aos 80 anos, o economista Ibrahim Eris, que esteve à frente do Banco Central de março de 1990, quando o Plano Collor confiscou a poupança, a maio de 1991. A causa da morte não foi revelada. Nascido em Bafra, na Turquia, em novembro de 1944, formou-se em economia em Ancara e chegou ao Brasil em 1973, após uma pós-graduação na Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos. Lecionou na USP até 1979, quando entrou para o governo federal. Assessorou Antônio Delfim Netto no Ministério do Planejamento e, ao deixar o posto, em 1981, foi para o mercado financeiro. Sob o seu comando, o BC extinguiu as contas remuneradas por percentual mínimo calculado sobre a variação que era chamada de overnight. Após o Plano Collor 2, pediu demissão quando a ministra da Economia, Zélia Cardoso, foi trocada por Marcílio Marques Moreira. Depois disso, voltou para o mercado financeiro, atuando como consultor e palestrante. Foi um crítico da política cambial dos governos Itamar Franco (1992-1995) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e do Plano Real. Defendia um câmbio flutuante, sem taxas artificiais, que seriam insustentáveis a longo prazo. Em nota, o BC lamentou a morte do economista. “Eris não mediu esforços no trabalho de assegurar para a sociedade brasileira uma economia estável e com inflação controlada.” (Folha)