O que Putin deseja das eleições americanas? Caos e polarização, afirma ‘Politico’
Rolhas de champanhe estouraram em Moscou quando Donald Trump ganhou a Casa Branca em 2016. Oito anos, duas eleições e uma guerra na Ucrânia depois, as deep fakes espalhadas por pessoas ligadas ao Kremlin indicam preferência pelo republicano, mas a realidade é que nenhum dos dois possíveis presidentes dará tudo o que Moscou deseja. Embora o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, tenha afirmado no início da semana que “independentemente de quem vença a eleição, não vemos perspectiva de os Estados Unidos mudarem seu rumo russofóbico”, o presidente Vladimir Putin gosta mais de Trump e tem ironizado Kamala Harris. Mas não é um xadrez de fácil compreensão, pois a promessa do ex-presidente de um fim rápido para a guerra na Ucrânia não é o que Putin quer. “Ele fez da guerra a peça central de seu legado, e então ele a travará pelo tempo que precisar, quiser e puder”, diz Nina Krushcheva, professora da New School, em Nova York. Além disso, como defensora do establishment da política externa dos Estados Unidos, Kamala oferece a Putin um contraponto perfeito, e também uma justificativa para sua guerra contra o que ele chama de “hegemonia americana”. Se o Kremlin votasse, votaria pelo caos, pela polarização e pela desilusão com a democracia americana. (Politico)