Meio

Perdido no cofre da Morgan Library & Museum, em Manhattan, o item nº 147 não chamaria atenção entre os 350 mil do museu nova-iorquino não fossem duas palavras escritas na primeira linha de uma partitura: “valsa” e “Chopin”. O curador Robinson McClellan congelou ao encontrar por acaso o manuscrito. Ele tocou a composição em seu piano assim que chegou em casa e não a reconheceu. Enviou uma fotografia para Jeffrey Kallberg, estudioso de Chopin na Universidade da Pensilvânia. “Meu queixo caiu”, disse Kallberg. Depois de testar o papel, a tinta, analisar a caligrafia, o estilo musical e consultar especialistas, o Morgan concluiu que a obra é uma valsa inédita de Frédéric Chopin, que morreu em 1849, aos 39 anos, provavelmente de tuberculose. Embora seja uma das figuras mais aclamadas da música, Chopin foi menos prolífico do que outros compositores, escrevendo cerca de 250 peças, quase inteiramente para piano solo. O museu acredita que o documento tenha sido escrito entre 1830 e 1835, quando Chopin tinha pouco mais de 20 anos. O papel e a tinta correspondem aos que Chopin usava na época, e a letra também combina com a do compositor. Ouça a música inédita e veja a partitura. (New York Times)