‘Washington Post’, de Jeff Bezos, anuncia que não apoiará mais candidatos à Casa Branca

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O presidente executivo do Washington Post, Will Lewis, anunciou à redação e em editorial publicado nesta sexta-feira que o jornal não apoiará mais candidatos à presidência, rompendo décadas de tradição. “O Washington Post não apoiará um candidato presidencial nesta eleição”, escreveu. “Nem em qualquer eleição presidencial futura. Estamos voltando às nossas raízes de não apoiar candidatos presidenciais.” Desde 1976, o Post apoia candidatos presidenciais. Naquele ano, chancelou o democrata Jimmy Carter, que venceu as eleições. Antes disso, geralmente, não endossava candidatos, embora tenha aberto uma exceção em 1952 para apoiar Dwight Eisenhower.

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Há dias circulavam rumores sobre a possibilidade de o Post optar por não apoiar Kamala Harris nem Donald Trump. Especulava-se, sem provas, que Jeff Bezos, bilionário fundador da Amazon e dono do jornal, estaria sendo intimidado por uma futura administração republicana porque vários de seus outros negócios têm contratos com o governo federal. Segundo fontes, Bezos tomou a decisão de não apoiar os candidatos presidenciais após uma conversa com os principais líderes do Post.

Em seu comunicado à redação, Lewis disse pouco sobre como o Post chegou à decisão, afirmando apenas que não foi “um endosso tácito de um candidato” ou “uma condenação de outro”. Ele fez referência a um editorial publicado pelo jornal em 1960, segundo o qual era “mais sensato para um jornal independente na capital da nação” evitar um posicionamento.

“Reconhecemos que isso será interpretado de diversas maneiras, inclusive como um endosso tácito de um candidato, ou como uma condenação de outro, ou como uma abdicação de responsabilidade. Isso é inevitável. Não vemos dessa forma. Vemos isso como consistente com os valores que o Post sempre defendeu e com o que esperamos de um líder: caráter e coragem no serviço à ética americana, veneração pelo Estado de direito e respeito pela liberdade humana em todos os seus aspectos”, afirma o editorial assinado por Lewis. (New York Times e Washington Post)

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