Harris diz que Trump quer poder irrestrito

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A vice-presidente americana e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, afirmou nesta quarta-feira que o ex-presidente Donald Trump está “cada vez mais desequilibrado e instável”, questionando sua aptidão para o cargo. A mensagem destaca comentários críticos de funcionários que serviram sob o comando do republicano. Ele se referiu à entrevista que John Kelly, ex-chefe de gabinete de Trump na Casa Branca, concedeu ao New York Times, dizendo acreditar que o ex-presidente atende à definição de um “fascista”. Harris disse que a afirmação de Kelly de que seu oponente fez comentários sobre sua admiração por Adolf Hitler é “uma janela para quem Donald Trump realmente é”. “Sabemos o que Donald Trump quer. Ele quer poder irrestrito. A questão em 13 dias será o que o povo americano deseja”, disse. (CNN)

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Na noite de terça-feira, o ex-presidente Barack Obama roubou a cena em um comício em Detroit em favor de Harris. Ele cantou alguns versos de Lose Yourself, de Eminem, que também participava do evento. A letra conta a história de um rapper iniciante que fica nervoso e não consegue cantar suas rimas no palco. “Eu já fiz muitos comícios, então não é comum eu ficar nervoso”, brincou Obama ao subir ao palco após o rapper. (g1)

Janan Ganesh: “Aqui estão dois pensamentos conflitantes à medida que as eleições nos EUA se aproximam. Primeiro, Kamala Harris é uma candidata imperfeita que nunca deveria ter sido coroada sem contestação. Em segundo lugar, não importa. Mesmo que os democratas tivessem nomeado um santo vivo, a eleição ainda seria como foi em 2000, 2004, 2016 e 2020. Nas outras duas eleições neste século – as vitórias de Barack Obama – também não houve grandes diferenças. Parece não haver nada que um partido possa fazer para ultrapassar os 53% dos votos ou muito abaixo dos 46%. Nenhuma outra grande democracia no mundo está num impasse tão consistente. Nem os próprios EUA estiveram assim no século passado. A mutação para um país 50-50 (ou na verdade 30-30-40, já que quatro em cada 10 eleitores se abstêm frequentemente) foi um desastre cívico”. (Economist)

Para ler com calma. Robert Paxton, de 92 anos, é um dos maiores especialistas dos EUA em fascismo. Inicialmente, ele rejeitava o uso do termo fascismo para falar de Trump. Após a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, sua posição mudou. O que quer que seja o trumpismo, vem “de baixo para cima como um fenômeno de massa, e os líderes estão correndo para se manter à frente dele”, diz. E foi assim, observa ele, que o fascismo e o nazismo começaram, quando Mussolini e Hitler capitalizaram o descontentamento das massas após a Primeira Guerra Mundial para ganhar o poder. Concentrar-se nos líderes, sustenta Paxton, é uma distração quando se tenta compreender o fascismo. “O que você deveria estudar é o meio em que eles cresceram”, explica. Para que o fascismo se enraíze, é necessário que haja “uma abertura no sistema político, que é a perda de força dos partidos tradicionais”. Os movimentos fascistas tiveram sucesso, destaca, em ambientes em que a democracia liberal foi acusada de produzir divisões e declínio. Isso continua a ser verdade não apenas nos EUA de hoje, mas também na Europa, especialmente em França, onde o partido de extrema direita Reunião Nacional, de Marine Le Pen, aproxima-se do poder a cada ciclo eleitoral. (New York Times)

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