Pequeno roteiro para o fim de semana na Flip

Imagem: Divulgação

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Cada bolha se comporta de um jeito. Na minha, a pergunta que mais ouvi nesta semana foi: você vai pra Flip? Meio acanhado, respondia que não neste ano. Mesmo de longe, sempre fica aquela ponta de vontade de circular atrás de boas conversas, encontrando amigos, tietando disfarçadamente autores que você admira – de um jeito meio blasé, claro, afinal ninguém precisa saber que você paga um pau pra fulano, pra beltrana ou pre sicrane.  Tudo na verdade para terminar o dia na peleja com o calçamento histórico de Paraty quando a noite cai e o corpo sai atrás daquela mesma alegria fatal.

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Neste ano, a Festa Literária de Paraty tem a curadoria de Ana Lima Cecílio, da livraria online Dois Pontos. Sob a sua batuta, o homenageado do ano é João do Rio, um dos maiores cronistas da belle époque brasileira, que registrou como ninguém as contradições que carregamos como país desigual até na ironia. Sobre ele, inclusive, vale muito ouvir um episódio do podcast 451 MHz com a curadora e o historiador Luiz Antonio Simas. Como estarei longe da feira neste ano, selecionei 10 coisas que tentaria não perder no fim de semana se estivesse por lá, tanto das mesas da Flip, que são transmitidas pelo canal de YouTube da Feira e pelo Arte1, como da programação paralela.

Sábado:


11h na Casa de Histórias
Demarcação de telas

A ativista Txai Suruí e o cineasta João Moreira Salles conversam sobre cinema e Amazônia.

12h30 na Casa Poéticas Negras
Entre versos e marés: Narrativas negras de poesia, resistência e ancestralidade

Papo entre as poetas paulistas Tatiana Nascimento,  Viviane de Paula e Helen Araujo com mediação de Ângela DaCor.

14h na Casa Estante Virtual
Pelas ruas com João do Rio

Uma conversa sobre o homenageado desta edição com o jornalista Marcelo Moutinho e o historiador Luiz Antonio Simas.

15h no Auditório da Matriz
Sagradas e Profanas

Uma conversa com autoras latino-americanas de duas gerações diferentes mediada por Stephanie Borges: a argentina Gabriela Cabezón Cámara e a chilena Arelis Uribe.

16h na Casa Pagã
Subjetividade e fragmentação: a construção da personagem no romance contemporâneo

Conversa com as escritoras Andréa Del Fuego, de A Pediatra, Flávia Braz, de Quem foi você na fila da quarentena?, Maria Eugênia Moreira, de Urucum, e Natália Zuccala, de Cheia.

17h no Auditório da Matriz
A Memória dos Homens

A Mais Recôndita Memória dos Homens
foi o melhor livro que li nos últimos anos, e a conversa imperdível desta edição é a de seu autor, o senegalês Mohamed Mbougar Sarr, com Jeferson Tenório, de O Aveso da Pele, mediada por Rita Palmeira.

19h30 no Auditório da Matriz
Anatomia do Futuro

Uma conversa entre o jovem escritor francês Édouard Louis, autor do duro Histórias da Violência, com o editor da revista Serrote Paulo Roberto Pires.

Domingo:

10h no Auditório da Matriz
Invenção e Linguagem: o romance segue

Se você leu Tudo É Rio, Ressuscitar Mamutes e Não Fossem as Sílabas do Sábado sabe que a conversa entre as brasileiras Carla Madeira, Silvana Tavano e Mariana Salomão Carrara, com mediação de Adriana Couto, vai passar pela criação de personagens memoráveis.

11h30 na Portugal Livros e Sabores
Roteiros literários em Portugal

Os escritores José Luís Peixoto e Rafael Gallo conversam com Bernardo Cardoso, diretor da Turismo de Portugal

14h na Casa Poéticas Negras
Roda de samba do Quilombo

Não consigo pensar num jeito mais legal de terminar essa jornada cabeçuda do que com uma roda de samba com a presença do Mestre Tuca, griô e guardião do samba na comunidade do Quilombo do Campinho.

 

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