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Morreu na manhã deste sábado, aos 87 anos, Ary Toledo, um dos mais populares nomes na história do humor brasileiro. Ele estava internado estava internado no Hospital Sírio Libanês, no Centro da capital paulista, mas a causa da morte não foi informada pela família. Paulista de Martinópolis, Ary cresceu em Ourinhos, também no interior do estado, onde aprendeu a tocar violão e teve despertado o interesse pelo palco. Mudou-se para a capital aos 22 anos com o objetivo de ser “ator sério” e ingressou no prestigiado Teatro de Arena, mas, aos 27 anos, rendeu-se à própria graça e abraçou o caminho do humor.

Suas apresentações misturavam piadas e músicas, em geral com um tom satírico. Paralelamente, participou de filmes e programas TV, não necessariamente em papéis cômicos. Em 1965 estreou formalmente como cantor com o compacto Pau de Arara, canção de humor sombrio sobre as mazelas de um retirante nordestino no Rio, composta por Vinícius de Moraes e Carlos Lyra para a peça Pobre Menina Rica. No mesmo ano lançou seu primeiro LP, Ary Toledo no Fino da Bossa, programa apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues. Seu álbum seguinte, de 1969, teve um grande sucesso, Urubu Tá Com Raiva do Boi, mas, aconselhado pelo próprio Vinícius, passou a se dedicar exclusivamente ao humor.

Chegou a ser preso pela ditadura militar, após a decretação do AI-5, por conta de um trocadilho: “Quem não tem não tem cão caça com gato; quem não tem gato cassa com ato.” Mas suas anedotas picantes eram as que faziam mais sucesso. Afirmava tem um acervo de 60 milhões de piadas, muitas das quais (as mais leves) integraram um serviço de “disk piada” que se tornou febre em São Paulo. Lançou livros e discos de humor e teve durante décadas um quadro de enorme sucesso no Programa Silvio Santos, onde contava anedotas razoavelmente leves, sendo sempre interrompido pelo apresentador ao perguntar “como se come gato com batata” – a resposta censurada, contada em shows, envolvia mais zoofilia que gastronomia.

O corpo de Ary Toledo será velado na noite desde sábado no Ossel Memorial, em São Caetano do Sul, no ABC paulista, onde será cremado.