Meio

Elon Musk pretendia impactar os investidores com o evento We, Robots, realizado na noite de quinta-feira, no qual apresentou novos protótipos de seu cyber táxi e anunciou uma van autônoma para 20 passageiros. Conseguiu, mas não da maneira desejada. “Desapontador” e “surpreendentemente pobre em detalhes” foram alguns dos adjetivos usados por analistas, e a consequência se viu no mercado. As ações da Tesla fecharam a sexta-feira com uma queda de quase 9%, perdendo US$ 67 bilhões em valor de mercado, embora ainda a empresa automobilística mais valorizada do mundo. (Financial Times)

Os entusiastas da Tesla tinham grandes expectativas. Esperava-se, talvez, que o bilionário sul-africano apresentasse o progresso do sistema de condução autônoma de seus veículos. Ou dado detalhes do funcionamento do Cybercab. Em vez disso, o evento em Los Angeles foi só mais uma exibição de protótipos e promessas vagas de que os carros estariam disponíveis em dois anos – o mesmo prazo que Musk dá desde 2016. “Protótipos que funcionam em um ambiente controlado são divertidos”, escreveu Phil Koopman, especialista em veículos de vanguarda. “Mas o hardware não é o problema com os veículos autônomos. O software é o desafio a ser superado”, completou.  (The Verge)

Apenas um detalhe na apresentação chamou a atenção positivamente: a informação de que tanto o Cybercab quanto a Robovan não terão entradas para carregamento de energia. Ambos serão carregados por indução, o que é coerente com veículos que não dispõem de motoristas para conectar cabos e tomadas. No ano passado a Tesla comprou a empresa alemã Wiferon, especializada em bases de carregamento por indução e, embora a tenha vendido em seguida, reteve informações importantes sobre a tecnologia. (PC Mag)

E vale repassar cinco previsões de Musk sobre os carros autônomos da Tesla que se revelaram distantes da realidade. (Washington Post)