Fifa ignora relatório sobre direitos humanos em Copa na Arábia Saudita

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Um grupo de especialistas jurídicos, incluindo o advogado britânico Rodney Dixon KC, que representa a viúva do jornalista saudita assassinado Jamal Khashoggi, afirma que a Fifa ignorou seu relatório enviado em maio, sobre preocupações com direitos humanos na Copa do Mundo de 2034, que poderá ser sediada na Arábia Saudita. Sem outros concorrentes, a eleição para escolher os anfitriões ocorrerá em dezembro, podendo eleger o Estado saudita. Um dos produtores do documento, o professor Mark Pieth foi presidente do comitê de governança independente da Fifa, levando a mudanças de governança que ajudaram o presidente Gianni Infantino, em 2020, a declarar “a nova Fifa … uma organização confiável, responsável, moderna, profissional e transparente”. O Artigo 7 da política de direitos humanos da Fifa diz que o órgão “se envolverá construtivamente com as autoridades relevantes e outras partes interessadas e fará todos os esforços para manter suas responsabilidades internacionais de direitos humanos”.

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Pieth afirma que ir para a Arábia Saudita é um “grande risco” para a autoridade máxima do futebol. “Meu entendimento é que a Arábia Saudita está um pouco nervosa [sobre críticas públicas] e eles são perigosos”, disse.

O texto entregue para análise se concentra em quatro áreas, defendendo que a Arábia Saudita “deve libertar imediatamente todos os presos políticos e aqueles que são detidos arbitrariamente”, que a lei deve ser alterada para permitir que trabalhadores migrantes deixem seus empregos ou o país sem ter que solicitar permissão ao governo. Também pede que o país melhore os direitos das mulheres “criminalizando o estupro conjugal, garantindo proteção adequada contra a violência doméstica e que o judiciário “deve ser nomeado de forma independente por um órgão não conectado ao executivo”.

“A Fifa tem força. No passado, ela tomou medidas drásticas e baniu países como Rússia e Indonésia”, disse Dixon. “Elas tiveram um impacto enorme na mudança de percepções. Dizemos que este é outro momento decisivo.” (Guardian)

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