Após resistência de países produtores e indústria, UE adia regra sobre desmatamento
Cedendo à pressão da indústria e de países produtores de commodities, como o Brasil, a Comissão Europeia adiou por 12 meses a aplicação da lei de combate ao desmatamento global. As regras têm o objetivo de conter o desmatamento em países que produzem itens como café, cacau, soja e carne bovina para o bloco. Brasil à Indonésia criticaram a legislação, alegando temer prejuízos a pequenos agricultores e redução de exportações em um momento em que as condições climáticas extremas aumentam os preços das safras e a preocupação com a inflação dos alimentos é retomada. A Comissão Europeia explicou em nota que a prorrogação dá mais tempo às partes para se prepararem, mas “de forma alguma coloca em questão” os objetivos da lei. O adiamento precisa da aprovação do Parlamento Europeu e dos Estados-membros, já que a regulamentação estava programada para entrar em vigor em 30 de dezembro. A regra exige sistemas de rastreamento complexos, pois os importadores são obrigados a coletar dados precisos para identificar os lotes de terra onde os produtos foram cultivados e as empresas devem garantir que os produtos não foram colhidos em áreas desmatadas ou degradadas após 2020. Os ambientalistas não aprovaram a decisão. (Bloomberg Línea)