Campos Neto diz que ciclo de alta da Selic ‘está aberto’
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, em entrevista coletiva sobre o Relatório de Inflação do 3º Trimestre, que o ciclo de alta da Selic “está aberto”. “Não queríamos dar nenhum guidance (uma indicação)”, afirmou, referindo-se à decisão do BC de elevar a taxa básica de juros na semana passada, que passou de 10,50% para 10,75%. “Precisamos observar os dados.” Campos Neto reconheceu que o IPCA-15 veio melhor que o esperado, hipótese que já era considerada pelo BC, mas acrescentou que a decisão sobre a Selic “não está baseada em números de curto prazo”. “O ajuste de juros, se e quando houver, será gradual.” Ele também disse que, na última reunião do Comitê de Política Monetária, não foi considerada uma elevação da Selic de 0,50 ponto percentual. (Metrópoles)
E em tom bem-humorado, Campos Neto afirmou que não seria problemático a autarquia conviver por alguns meses com dois presidentes, mesmo que, oficialmente, somente um deles esteja de fato no cargo. “Pessoas perguntam se não é problemático ter dois presidentes? Não, é maravilhoso ter dois presidentes, porque significa que, de fato estamos fazendo uma transição da forma mais suave possível. Isso mostra o grau de maturidade que a autonomia nos leva”, afirmou Campos Neto, que fica à frente da autoridade monetária até o fim deste ano. Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC, foi indicado por Lula para o cargo, mas ainda precisa ser sabatinado pelo Senado. A previsão é que isso aconteça ainda neste ano. (g1)
Sobre as bets, Campos Neto voltou a dizer que isso não é responsabilidade do BC e que a autoridade monetária visa apenas auxiliar o governo no assunto, fornecendo dados. Além disso, destacou que a autarquia monitora eventuais impactos das apostas no endividamento dos brasileiros. “Se vemos que isso impacta inadimplência, é relevante para nós”, afirmou. Segundo o presidente do BC, o pagamento de apostas online com cartões de crédito representa de 10% a 15% do total de transações feitas pelos brasileiros. “O grosso hoje é Pix”, disse. “Ainda tentamos entender o que isso pode significar para a inadimplência.” (Folha)