Em NY, Lula cobra dinheiro para o meio ambiente e diz que países caminham para “fracasso coletivo”

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Em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, no domingo, mais engajamento dos  líderes mundiais em temas da agenda global considerados críticos. “Vamos recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial”, disse Lula na Cúpula do Futuro, evento paralelo que antecede  à Assembleia-Geral das Nações Unidas. Lula disse que “faltam ambição e ousadia” no cenário atual e reconheceu alguns avanços, como as negociações para um Pacto Digital. “Todos esses avanços serão louváveis e significativos. Mas, ainda assim, nos faltam ambição e ousadia”, disse o presidente.

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Lula ainda cobrou investimentos de países desenvolvidos em ações para mitigar a crise climática. “Os níveis atuais de redução de emissões de gases do efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro”, disse o presidente, após ter deixado o Brasil na sexta-feira, com queimadas que atingem várias regiões, como a Amazônia e o Pantanal.

Ele ainda enfatizou a necessidade de se cumprir os compromissos assumidos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente”, disse. Lula apontou que esse pacto foi “o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornarem nosso maior fracasso coletivo. No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo”, ressaltou.

Ele também falou sobre a imprtância de não recuar nas políticas pela igualdade de gêneros, contra o racismo e todas as formas de discriminação. Citou ainda como negativa a volta das ameaças nucleares e a necessidade de uma frente mundial de combate à fome. “É inaceitável regredir a um mundo dividido em fronteiras ideológicas ou zonas de influência. Naturalizar a fome de 733 milhões de pessoas seria vergonhoso”, disse Lula.

O brasileiro voltou a defender a reforma da governança global, uma das prioridades do Brasil na presidência do G20 (grupo formado pelas maiores economias do mundo), e  citou a necessidade de revisão das dívidas dos países em desenvolvimento e a tributação internacional, em uma referência à taxação dos super ricos. “Precisamos de coragem e vontade política para mudar, criando hoje o amanhã que queremos”, disse Lula.

“A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais. A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões. A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades. O Sul Global não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico”, enfatizou.

A Cúpula do Futuro reúne líderes mundiais na sede da ONU, em Nova York, com o objetivo de estabelecer um novo consenso internacional para restabelecer a confiança corroída. Os líderes têm como desafio acelerar os esforços para cumprir compromissos internacionais e tomar medidas concretas para responder aos desafios e oportunidades emergentes. O evento, que termina nesta segunda-feira, deve resultar no documento chamado Pacto para o Futuro, que vai incluir a digitalização global e uma declaração sobre as gerações futuras. (Globo)

 

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