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Dois dias após Brasil reclamar, Alemanha pede que lei antidesmatamento seja adiada

Alemanha alinhada com o Brasil? Dois dias após o governo brasileiro solicitar à União Europeia o adiamento da implementação da lei que barra a importação de produtos provenientes de áreas desmatadas, a Alemanha também encaminhou um pedido semelhante à Comissão Europeia. O movimento acontece em meio às negociações do acordo de livre comércio entre Mercosul e UE. O país europeu argumenta que as empresas precisam de mais tempo para se adequar às exigências da nova legislação, propondo que a lei entre em vigor apenas em 1º de julho de 2025, seis meses além do prazo inicialmente previsto.

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Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, também defendeu a suspensão temporária da lei durante uma conversa com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. A legislação aprovada em junho de 2023 pretende barrar a entrada de produtos como café, soja, madeira e carne bovina que tenham sido produzidos em áreas desmatadas após dezembro de 2020. Empresas importadoras terão que comprovar, via sistemas de rastreamento por satélite e geolocalização, que suas cadeias de suprimentos estão livres de desmatamento. Países exportadores com maior risco de desmatamento teriam parte significativa de seus produtos inspecionados, uma medida que já foi criticada por diversas nações por ser considerada um instrumento político.

O Brasil teme que a nova lei possa reduzir suas cotas de exportação e elevar os custos de produção, afetando principalmente pequenos produtores. Segundo uma carta enviada pelos ministros brasileiros Mauro Vieira, das Relações Internacionais, e Carlos Fávaro, da Agricultura, 30% das exportações do Brasil para a UE, ou US$ 15 bilhões, são de produtos afetados pela normativa.

Um eventual adiamento, pode desencadear uma disputa política ainda maior. Isso porque a nova composição da Comissão Europeia será mais conservadora após as últimas eleições. Ambientalistas temem que as discussões possam enfraquecer ou até revogar a lei, enquanto outras empresas e países já estão se adequando às suas exigências. (Folha)

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