Captação no mercado de capitais bate recorde de R$ 484,2 bilhões até agosto
O mercado de capitais brasileiro registrou um volume recorde de captação de R$ 484,2 bilhões nos primeiros oito meses de 2024, já superando o total acumulado em todo o ano passado (R$ 467,3 bilhões), segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Em agosto, as captações chegaram a R$ 47,3 bilhões, 30,7% acima do mesmo mês em 2023.
As debêntures, que são títulos de dívida emitidos pelas empresas, seguem liderando as captações, com R$ 283,9 bilhões acumulados até agora. Empresas como Usiminas, Assaí e Sabesp estão entre os principais emissores desses papéis, que têm sido usados principalmente para financiar projetos de infraestrutura e para reforçar o caixa das companhias. Esse aumento da demanda por debêntures reflete o ambiente favorável no mercado de capitais, segundo Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.
Foi justamente a combinação de liquidez no mercado secundário e evolução regulatória, especialmente no setor de infraestrutura, que impulsionou as captações recordes. Além das debêntures, os produtos de securitização, como os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), também registraram forte crescimento, com R$ 4,5 bilhões captados em agosto, um salto de 187,9% em relação ao ano anterior. No acumulado do ano, a captação por esses fundos alcançou R$ 43,3 bilhões, também superando todo o volume de 2023. Por outro lado, setores como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) apresentaram quedas pontuais nas captações em agosto, mas os volumes acumulados no ano continuam sólidos. (InfoMoney)