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No Brasil, quase 25% dos jovens entre 25 e 34 anos são classificados como “nem-nem”, ou seja, não estão empregados nem estudando. A conclusão é do relatório Education at a Glance 2024, da OCDE. Esse número, embora tenha caído de 29,4% em 2016, continua elevado, superando a média de 13,8% entre os países da organização. Entre os motivos citados para o abandono escolar, a necessidade de trabalhar lidera com 40,2%, seguida pela gravidez (22,4%) e responsabilidades domésticas (10,3%). Especialistas apontam que, apesar das quedas recentes, o elevado número de jovens sem ocupação no Brasil reflete as dificuldades econômicas enfrentadas a partir de 2015 e a pandemia.

Entre as soluções discutidas, estão a melhoria da qualidade do ensino básico, a ampliação do ensino técnico-profissionalizante e a introdução de mais horas de ensino integral público. Enquanto nos países da OCDE 63% dos alunos se formam em instituições públicas, no Brasil esse número é de apenas 19%, com a maioria dos estudantes se graduando em universidades privadas. Em 2021, o Brasil gastou por aluno menos de um terço do valor investido por países da OCDE. Considerando desde a educação básica até o ensino superior, os investimentos do país caíram, em média, 2,5% ao ano entre 2015 e 2021, enquanto entre os membros da OCDE houve um aumento anual de 2,1% no mesmo período.

O relatório também destaca a disparidade de gênero no Brasil. Embora as mulheres tenham maior taxa de conclusão do ensino superior (28%) em comparação aos homens (20%), elas enfrentam mais dificuldades de inserção no mercado de trabalho e recebem, em média, 75% dos salários de seus colegas homens. (Estadão e Globo)