Macron rejeita primeira-ministra da Nova Frente Popular

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Em nome da “estabilidade institucional”, o presidente francês, Emmanuel Macron, rejeitou nesta segunda-feira nomear a candidata da Nova Frente Popular (NFP) de esquerda, Lucie Castets, como primeira-ministra. Ele convocou uma nova rodada de consultas com partidos e “personalidades” para superar o impasse político iniciado após as eleições de 7 de julho, que resultou em um Parlamento dividido em três grandes blocos, sem maioria. “Um governo baseado apenas no programa e nos partidos propostos pela aliança com maior número de deputados, a Nova Frente Popular [de esquerda], seria imediatamente censurado” na Assembleia Nacional (câmara baixa), disse Macron em comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu. Sem citar o partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI), fundado por Jean-Luc Mélenchon, Macron exortou socialistas, ecologistas e comunistas que formam a NFP a “cooperarem com outras forças políticas”. Mas a NFP afirmou que só retornará ao Eliseu se for para falar sobre um governo chefiado por Castets, do Partido Socialista. O secretário nacional do Partido Comunista, Fabien Roussel, reiterou a posição da NFP e pediu “uma grande mobilização popular”. Já a líder ecologista, Marine Tondelier, criticou o argumento da “instabilidade”, lembrando que Macron dissolveu a Assembleia Nacional sem qualquer consulta à população ou à classe política. “Continuaremos a lutar para respeitar a vontade dos franceses”, acrescentou ela.

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O líder da LFI, Manuel Bompard, denunciou “um golpe antidemocrático inaceitável”. Em comunicado, o partido afirmou que o presidente da República acaba de tomar uma decisão de excepcional gravidade. “Ele não reconhece o resultado do sufrágio universal que colocou a NFP à frente dos votos”, denunciou.

A indicação Castets parecia a alternativa para neutralizar a rejeição ao partido de Mélenchon, apesar de a LFI ter o maior número de deputados na coligação. Mas a extrema direita, a direita e o centro, inclusive do movimento de Macron, preveniram o presidente que votariam uma moção de censura, caso ecologistas, comunistas e socialistas insistissem na aliança com a França Insubmissa, mesmo com Mélenchon declarando estar disposto a abrir mão de ministérios. (RFI)

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